Ja falei que adoro e sigo o blog do Casal Sem Vergonha né?
Eles postam umas coisas muito legais e essa semana tem um texto que se encaixa muito bem à minha realidade. Tá certo que fiquei meio "pra baixo" depois de fazer a leitura (como assim a culpa é minha???), mas depois de pensar um pouco (e fazer uma análise da minha linha do tempo) percebi que fica bem mais fácil se a gente parar de culpar as estrelas pelos nossos erros.
Claro que vou precisar de mais uns anos de terapia... mas começo a compreender melhor os erros e acertos dessa minha vida (quase) amorosa.
Vale a pena a leitura ( e reflexão hem!!):
"Quem nunca se viu em uma reprise mal
escrita da novela mexicana amorosa que protagonizou no último verão?!
Tudo parece se repetir tal e qual a última lembrança com exceção dos
atores principais. Você é a mesma pessoa,
já o outro é uma cópia mascarada daquele (a) que teria sido o culpado
pelos caquinhos do seu coração partido, os quilos de chocolate ingeridos
na noite de domingo e a chuva de lágrimas no colo do seu melhor amigo.
Daí a gente culpa o karma, Murphy, o universo, o “dedo podre”, o bendito
dia que resolveu ir à balada ou aquele seu amigo que te colocou em mais
uma cilada, quando na verdade deveria se olhar no espelho e apontar um
dedo bem grande para o próprio nariz. A responsabilidade pelo cinema
vazio em pleno dia de estreia deste romance é exclusivamente sua.
O déjà-vú amoroso é mais comum
do que se imagina. Quando se percebe, estamos nos relacionando com os
mesmos tipos de pessoas, com comportamentos semelhantes e carências
internas similares. Em grande parte das vezes pessoas indisponíveis para
relacionamentos, logo, com um potencial enorme de transformar um
sentimento bonito em desgosto. Não demora muito, a sensação de já ter
passado por aquela estrada, de ter desviado daquele obstáculo ou já ter
chorado aquela dor aparece nítida no bolo repentino de sábado à noite.
Daí a gente reclama, esbraveja, generaliza todas as intenções do
universo e se pergunta mais uma vez porque sempre se relaciona com as
pessoas “erradas”, quando na verdade a justificativa para isso tudo vem
lá de dentro da gente. Perspectiva e realidade são duas vertentes
difíceis de serem separadas e compreendidas. Assim como renúncia e
desapego. O fator comum entre todas: a carência. Se nossas mágoas e
frustrações passadas não estiverem bem resolvidas dentro do nosso
presente, a tendência é que os mesmos caminhos sejam percorridos em uma
tentativa inútil de equilibrar a vivência e claro, preencher nossas
expectativas.
Essa busca desenfreada por alvos
impossíveis e a contínua insistência em relacionamentos frustrados é o
reflexo claro das nossas fragilidades. Um conjunto de ressentimentos,
dores, mágoas e um monte de sentimento mal resolvido que acaba se
materializando em uma procura desgastante de algo que na verdade ficou
perdido no passado. O ego ferido é o principal vilão dessa história
toda, porque é fruto de uma perda que não foi bem processada pelo
coração da gente e que motiva de certa forma esta autoflagelação. A
mente precisa repor uma estima que foi negligenciada e canaliza esse
descaso que não foi bem assimilado em cima de pessoas que não estão
disponíveis emocionalmente. Às vezes até estão, mas não são capazes de
suprir a demanda emocional pesada que o coração está exigindo. Quase
como uma compensação, como se a gente precisasse provar pra gente mesmo
que é capaz de conseguir aquilo que “acha” que deseja. Então, começa a
investir no cara que tem namorada, na menina que está de mudança para o
outro lado do globo e em fulano que ainda gosta da ex. O resultado disso
é dor e sofrimento sendo continuamente alimentados por uma urgência
pessoal e intransferível: nossas carências.
Não adianta bradar ao mundo que deseja
um relacionamento feliz e saudável se continuar mergulhando de cabeça
nos mesmos papos furados de sempre. Concordo que amor não se escolhe.
Mas uma coisa que a maturidade ensina é que cair no mesmo buraco duas
vezes é burrice. Bem como diz o ditado do gato escaldado. A gente sente
quando uma história é duvidosa e não é recíproca. O apito do coração
aciona na hora o alarme de “mantenha distância”. Acontece que a gente
ignora os sinais do outro, do universo e do nosso próprio subconsciente
que deveriam nos privar de mais uma decepção amorosa e simplesmente
negligencia aquilo que existe de mais importante: nosso amor próprio. A
consequência drástica disso é um círculo vicioso de relações negativas
que de nada acrescentam à nossa vivência ou, melhor dizendo, que apenas
minimizam as chances de um encontro integralmente real.
É preciso aprender a viver todas as
dores no momento exato em que elas acontecem. Deixar doer o que tiver
que doer, refletir de cabeça fria em cima daquele sentimento para só
então seguir adiante de cabeça erguida e coração tranquilo. Sem
remorsos, sem frustrações, sem rancor ou meias verdades. Dedo podre e
relacionamento unilateral só existem pra quem não está em paz consigo,
suas convicções e suas vulnerabilidades. Transformar fragilidades em
experiências ao invés de reprises. Parcerias de bases sólidas só se
firmam quando existem dois inteiros. Afinal, quem gosta de migalha é
formiga e ainda arrisco dizer que pelo menos as da minha casa andam
bastante exigentes."
você confere tudinho em Casal Sem Vergonha
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